sexta-feira, 24 de maio de 2013

10 perguntas mais difíceis de respondes???!!!


 Um dia deparei-me com um artigo de jornal em que o título era:
 "Saiba quais são as dez perguntas mais difíceis de responder" 

Inserido nas comemorações dos 10 anos do “motor de pesquisa Ask Jeeves elaborou uma espécie de TOP 10 com as questões mais complicadas.”
“Algumas das perguntas listadas incluem as perguntas filosóficas da praxe, como “Qual o sentido da vida?” ou “Qual é o segredo da felicidade?”, que serão respondidas pelos utilizadores, uma vez que não têm uma resposta concreta.

Ranking das 10 perguntas mais difíceis de responder:
1. Qual é o sentido da vida?
2. Deus existe?
3. As loiras divertem-se mais?
4. Qual é a melhor forma de emagrecer?
5. Há alguém aí (no espaço)?
6. Quem é a pessoa mais famosa do mundo?
7. O que é o amor?
8. Qual é o segredo da felicidade?
9. Tony Soprano morreu?
10. Por quanto tempo vou viver?”

Resolvi tentar responder a todas elas… se foram difíceis de responder?

Não!

Difícil é viver intensamente num mundo de (a)normais.

Experimentem fazer estas perguntas a uma criança e verão como ela tem uma facilidade incrível em responder a todas elas. Podem experimentar a um louco também, e ele irá rir-se na vossa cara…

Vamos lá então:

1. Qual é o sentido da vida?
O único sentido da vida é viver simplesmente!
Ao procurar incessantemente um sentido para a vida deixamos de viver, logo a vida perde todo o sentido.

2. Deus existe?
Para quem acredita, é claro que existe.
Experimentem dizer a uma criança que o amigo imaginário dela não existe… Tentem dizer a um louco que fala com um poste que ela não lhe responde. 
Todo o Ser Humano tem necessidade de acreditar que existe algo ou alguém que o protege, tenha ele o nome de Deus, Alá, Buda ou simplesmente Mãe.

3. As loiras divertem-se mais?
Antes de serem loiras são mulheres… antes de serem mulheres são filhas, mães, esposas. Daí concluir, que esta pergunta foi feita por algum homem machista ou por uma mulher invejosa.
Loiras, Morenas, Ruivas ou às bolinhas somos nós Mulheres que mesmo por uma fatalidade perdemos todo o nosso cabelo e continuamos com um sorriso nos lábios, e a divertir todos os que nos rodeiam, mesmo que o nosso coração chore.
É uma das características mais marcantes da Mulher: Mesmo triste tem a capacidade de sorrir e de divertir quem está à sua volta.
Assim a Mulher por si só diverte-se e muito!

   
4. Qual é a melhor forma de emagrecer?
Ser feliz. Estar apaixonado, beijar, amar, viver intensamente.
Já agora, Qual a melhor forma de engordar?

5. Há alguém aí (no espaço)?
O que é “ALGUÉM”?
Não está provado que não existe, tal como não está provado que existe.
Se acreditas que existe algo é porque existe mesmo, porque só existe aquilo em que se acredita.

6. Quem é a pessoa mais famosa do mundo?
EU!
Se EU não for a pessoa mais famosa do MEU MUNDO e a personagem principal da MINHA HISTÓRIA então que estou aqui a fazer?


7. O que é o amor? 
"Nunca amamos ninguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos. Isso é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa."
 In Livro do Desassossego, Fernando Pessoa-
  
Amor não se explica sente-se, não se confessa demonstra-se, não é egoísta partilha-se!
 

8. Qual é o segredo da felicidade?
Viver as pequenas alegrias para construir o puzzle da felicidade.
Em tempos houve uma mulher que me disse que uma Mulher sabe o que é a felicidade plena no momento em que dá à luz e lhe colocam o filho nos braços. (Não vos posso dizer se é verdade ou não porque não sou mãe, mas todas as mães a quem perguntei se era verdade me disseram que sim.)

9. Tony Soprano morreu?
Não fui ao funeral!!!!
“As pessoas só morrem quando nos esquecemos delas”.
Há uma infinidade de seres com os quais me cruzo todos os dias que nem sequer dou por eles, há outros que "viajaram" e os meus olhos não os vêem e o meu coração nunca os deixou de sentir!

10. Por quanto tempo vou viver?
Irei viver até ao dia em que desistir.
Morrer não é apenas deixar de respirar…
Deixarei de viver quando não estiver apaixonada por algo ou alguém, nem que seja por um par de sapatos novos da última colecção!
Deixarei de viver quando não tiver objectivos e vontade de sorrir!


Respostas tolas?
São as minhas respostas, e garanto que não tive qualquer dificuldade em responder-lhes, talvez por ainda conseguir ter uma criança dentro de mim, ou simplesmente por ser louca e viver no meu mundo.


quinta-feira, 7 de março de 2013

Ser Mulher

Ser Mulher é simplesmente mágico...
É rir quando temos vontade de chorar,
É chorar quando estamos felizes,
É cuidar de todos os que nos rodeiam, 
É fingir que estamos sempre bem, enquanto temos a nossa alma feita em fanicos,
É ter que ouvir e viver com o estigma que somos o sexo fraco,
É termos que ser capazes de fazer tudo o que há no mundo sempre com um sorriso nos lábios sem nunca nos lamentar-mos,
É gerar um ser dentro das nossas entranhas e carrega-lo durante 9 meses que se prolongam para uma vida e amá-lo incondicionalmente sem nunca pedir nada em troca, porque um simples sorriso nos bastará para recarregar forças para todas as adversidades,
É lutar durante um dia inteiro, entre o trabalho na rua e as tarefas domésticas, sempre lindas e sorridentes. 
E quando chegamos a casa estafadas depois de um longo dia de trabalho 
(onde fomos penalizadas por termos a felicidade de  termos nascido Mulheres,
Depois de passar na rua e termos que ouvir piropos foleiros e machistas,
Depois de enfrentarmos os olhares invejosos de outras mulheres,
Depois de termos sido insultadas enquanto conduzíamos, porque somos mulheres,
Depois de ter saído do trabalho tarde e a más horas, e ir-mos buscar os nossos filhos à escola e ouvimos desabafos de quem já está farto de estar à espera,
Depois de ainda ter que passar a odisseia de ir às compras para poder fazer o jantar,
Depois de chegar a casa, dar banho aos miúdos, preparar o jantar, dar comida ao canário preso na gaiola, levar o cão a passear, e mudar a areia do gato
Depois de jantar em família, ouvir as lamurias do companheiro, e as aventuras dos filhos na escola,
Depois de deitar as tropas, 
Depois de arrumar a cozinha,
Depois de tudo isto)
Ainda temos força para tomar um banho relaxante e dizer ao nosso companheiro o quanto o amamos e que estamos a seu lado,
E depois de um dia assim,
O ser Fantástico que é a Mulher ainda tem forças para Amar, Amar perdidamente 
E dorme a correr 
E antes que todos acordem ela prepara-se, 
Coloca a sua bela maquilhagem (para tapar o cansaço), penteia os seus cabelos fantásticos, veste uma roupa que a favorece e realça a sua beleza, calça uns belos sapatos de saltos altos, e lá de cima do seu mundo ela acorda o mundo e preparar-se para a luta.
Porque ser mulher dá muito trabalho mas é simplesmente maravilhoso. 
Somos seres mágicos, com puderes de super guerreiras e o mundo está nas nossas mãos.

Parabéns para todas nós MULHERES e principalmente Obrigada para as Grandes Mulheres as culpadas de nós sermos hoje umas guerreiras a acumular vitórias As Nossas Mães.

Feliz dia das Mulheres.


PS. Deixo um apelo, comemorem o DIA da MULHER não apenas Hoje mas Todos os dias do ANO.
E nunca se esqueçam que ser MULHER é FANTÁSTICO E MERECE SER CELEBRADO EM CADA SEGUNDO DA NOSSA VIDA 




terça-feira, 28 de junho de 2011

Era uma vez uma menina vazia de tudo, farta de nada

Era uma casa com cinco assoalhadas, às vezes tão pequena e atravancada de recordações e medos, outras vezes vazia de sentimentos de amor e felicidade, outras vezes apinhada de recordações e caqueiros cheios de medos inúteis!

Cortinas coloridas, móveis de design exclusivo e caro, cama 2x2 vazia de nada, com lençóis cor--de-mar sem sal, cozinha bem equipada, onde tachos, panelas, electrodomésticos, sorriam brilhantes como no primeiro dia (porque nunca foram usados).
Um closet do tamanho de um quarto repleto de roupa e sapatos. Espelhos do tamanho de uma parede…
E todos os dias quando chegava a casa ela estava vazia… quando metia a chave à porta tinha sempre a esperança de um dia a luzes estarem acesas e sentir o aroma de um cozinhado vindo da cozinha.
Mas quando chegava, apenas encontrava o escuro e o cheiro a mofo das recordações e da tristeza…
Fecha a porta descalça-se de sorrisos que deixa lá fora para os outros verem. Sobe ao quarto e despe-se das recordações, prepara um banho na esperança que este lhe lave a alma. A água que corre pelo seu corpo confunde-se com as lágrimas que escorrem pelo seu rosto. E chora desalmadamente até se sentir vazia de dor.
Embrulha-se na toalha cor-de-rosa como se de um abraço se tratasse. E fica ali, assim, despida de tudo, frágil, apenas abraçada por um sonho cor de nada.
Olha-se ao espelho e sente raiva. Revolta-se contra o seu corpo e a sua beleza, sente-se seca, e a mulher bela que todos dizem ver para ela não existe. Estilhaça o perfume caro contra o espelho, aninha-se no chão e chora, até lhe faltarem as forças…

Levanta-se, ergue a cabeça, segue até ao closet e escolhe um vestido e sapatos vermelhos. Veste-se e maquilha-se para si mesma… segue para os seus compromissos sociais… um jantar num lugar qualquer, onde todos comem de aparências, comidas requintadas que nem sequer são saboreadas… onde se embriagam de conversas fúteis e vazias. Todos a elogiam, pela sua beleza, pela sua elegância. As mulheres são simpáticas de invejas e falsidades, os homens de desejo. Ela sorri ignorando todos. E todos admiram a sua felicidade, a sua beleza, os seus triunfos e conquistas.

Cansada de futilidades caminha sozinha pelas ruas escuras de uma cidade qualquer, tira os sapatos que lhe ferem a alma, e em bicos de pés chapinha nos charcos de água choca da chuva.
Um homem tropeça nela, pede desculpa, mas ela surda de compreensão, reclama: “não vez por onde andas!” Uma voz tímida mas segura responde: “não vejo, sou cego!”
Ela estremece e sente remorsos, fica estática olhando aquele homem, e de frente para ele repara que ele a olha. Olha-a de uma forma como nunca sentiu que alguém olhasse para ela. Aqueles olhos que parecem perdidos são como espadas a perfurarem-lhe a alma… ela sente vontade de correr, fugir, mas sente-se pregada ao chão, imóvel e assustada. O Homem ergue a mão direita contorna a sua aura, primeiro pelos cabelos longos e pretos depois pelo seus olhos cor-de-azeitona, percorre os rosto e detém-se nos lábios. Ela estremece, não porque ele lhe tivesse tocado o corpo, mas porque sentiu que ele lhe sugou o espírito…
“Porque choras tu menina bonita”
“Eu não choro”
“Teus olhos estão secos de brilho. Teus lábios vermelhos de dor. Teu corpo faz lembrar uma pintura de uma deusa qualquer, mas a tua alma está velha e enrugada. Estás vazia de felicidade e amor, mas atulhada de solidão!”
“E chamam-te a ti cego? Cegos são todos aqueles que se cruzam comigo e dizem conhecer-me. Tu conseguiste ver-me tal como sou, tal como me sinto. Vazia de tudo, farta de nada!”

Deram as mãos e caminharam. Ela sem sapatos ele sem a bengala de invisual!
                                                                                                                                                                                                                                                                             

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Amor ou doença

Amor e ódio caminham de mãos dadas!
Amor que se transforma em posse,
Em querer tudo,
Em possuir o outro como se quer possuir a própria vida.
Este amor que se torna doentio
Porque não se sabe medir as distância do certo e do errado,
Da doença e da sanidade
Não se medem medos e inseguranças.
O medo de perder
O medo da exclusividade
O medo de não ser o centro do teu mundo (quando tu te transformaste o centro do meu universo).
Quando se deixa de gostar mais de nós
E se passa a gostar mais do outro
Amor e ódio caminham de mão dadas,
Pois os sentimentos misturam-se num turbilhão
E simplesmente perde-se a razão!
Será que vale a pena amar assim alguém?
Será isto realmente amar?
Quando amamos sem medos:
O sol brilha,
Os pássaros cantam e o céu é azul,
As flores e as árvores bailam numa melodia de encantar,
A lua ilumina os meus passos,
O mar sussurra-me ao ouvido versos doces
E cada estrela no céu são beijos teus!
Quando o medo e a insegurança me assaltam
A minha sombra incomoda-me e assusta-me,
O céu fecha-se,
Sem sol, sem lua
E cada estrela é um medo
Uma recordação
Um castigo.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Fechar a porta


Esvaziei a casa, queimei as recordações menos boas, na mala coloquei saudades e a experiência, dormi a última noite no chão da sala, sem colchão, de manhã lavei o rosto inchado de tanto chorar, olhei o espelho e disse:

- Está na hora de partir!

Descalça sai de mala na mão tranquei a porta e não olhei para trás, lentamente caminhei com vontade de voltar, mas segui até ao jardim, pousei as tralhas pesadas não pelo volume, mas pelas recordações. Coloquei uma placa a dizer VENDE-SE (se ninguém comprar temos pena), atirei as chaves ao rio e segui à procura de uma nova casa!

Caminho sem saber muito bem para onde, as feridas sangram ardem, tenho que repousar, não tenho onde… fechei a porta, não posso voltar atrás, porque atirei fora a chave daquela história.
Sento-me no passeio… descalça… pés negros de dor… e penso em voltar, porque acredito que alguém me abrirá aquela porta que tanto me custou a deixar para trás… e se não abrir posso sempre ficar enroscada no tapete da entrada a lamber as feridas… de certo que um dia me vão deixar entrar, não quero saber se por pena ou por necessidade, apenas sei que tenho urgência em entrar novamente naquela casa, nem que seja por breves momentos…
Percorro o dia perdida sem saber onde me abrigar, chove devagar as gotas de chuva misturam-se com as lágrimas que me cobrem o rosto.
Onde irei eu aninhar-me de medos e esperanças? e eis que a noite cai, com ela vêm as saudades, os medos, as lembranças e volto para a casa que deixei. Enrosco-me no tapete com a cabeça pousada na mala da vida, lambo as feridas… e eis que a porta se abre e sou convidada a entrar.
Feliz por voltar a entrar naquela casa que já não me pertence lavo-me em esperanças vãs e enganosas e o dia amanhece e saio novamente procurando uma nova casa para habitar.
Ao caminhar descalça arrastando a mala, percebo que as feridas que estavam a cicatrizar reabriram e sangram com mais intensidade, e outras novas surgiram doendo muito mais que as primeiras. Caminho todo o dia sem comer nem beber, apenas quero encontrar um abrigo, um porto seguro. A noite cai, o céu rasga-se e o único lugar para dormir que tenho é um banco de jardim! Deito-me… e adormeço…

Acordo com os primeiros raios da manhã, o sol brilha e os pássaros cantam, está um dia lindo. Reparo que à minha volta existe um jardim fantástico, cheio de flores cor-de-rosa e cor-de-mar e descubro que afinal dormir ao relento pode não ser tão mau assim, pelo menos o dia amanhece radiante e as feridas não doem tanto.
Os meus lábios voltam a sorrir… os meus olhos a brilhar… e sinto borboletas no estômago e asas nos pés.

Encontro alguém que me convida a entrar numa casa que não é nem será a minha, mas também apenas estou de passagem, e sempre é melhor dormir num local abrigado e confortável mesmo que não seja o meu porto de abrigo!
Descubro que ninguém nos alberga apenas por simpatia e gentileza...
E pego na minha mala que não cheguei a desfazer e volto a caminhar com pés cheios de bolhas e feridas a reabrir. Sento-me num muro alto e estreito, pondero em voltar à minha antiga casa, e em tudo o que ela me trará de volta, pondero em dormir ao relento, pondero em procurar uma nova casa…

Depois de chorar e com as lágrimas lavar os pés descalços e negros de dor coloco-me em pé no muro estreito e alto, deixo a mala para trás pesada de recordações, não vou precisar mais daquelas roupas tenho que renovar o guarda-fatos da NOVA CASA, caminho pé ante pé… de vagar, tentando-me equilibrar, abro os braços e começo a flutuar dentro de uma bola de sabão, sinto borboletas no estômago e asas nos pés, sim estou apaixonada, muito, por mim, pela vida. O muro termina e eu continuo a flutuar dentro da bola de sabão. Meto a mão ao bolso e encontro uma chave, a chave da minha nova casa, não é apenas um T1, mas não sei se terá espaço para mais alguém! 

De sorriso parvo abro a minha nova casa, não tem nada, está vazia, mas sei que aos poucos vou enche-la com a minha vida!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Era uma vez o medo

Era uma vez uma menina que nasceu num reino muito longínquo.
Era uma bebé serena e audaz não tinha medo de estar sozinha e nunca chorava. Quando brincava no jardim subia às árvores e mexia em tudo o que era bichinhos.


Ao crescer começou a sentir medos...
Medo de ser gozada na escola, medo dos bichinhos que ela tanto apreciava, medo de se magoar quando subia às árvores, medo de cair, medo de dar erros a português e não saber fazer as contas ou a tabuada.



E a adolescência chega...
E a menina sente medo de não ser a melhor na escola e no seu grupo.
Sente medo que os rapazes trocem dela.
Sente medo que as amigas tenham inveja dela e por isso a ponham de parte.
Sente medo de se apaixonar.
Sente medo de se relacionar com as pessoas, porque todas as pessoas de quem gostava ficam sempre longe.


Chega a juventude...
Com ela vem o medo de sair de casa e encontrar um mundo novo....
E aí a menina fechou-se e não se relacionou com as pessoas, porque sentia medo de criar laços e ter que partir e ter medo de sentir a sua falta.
Apaixonou-se e negou a ela mesma, porque tinha medo de sofrer.
Foi amada e não deixou porque teve medo de desiludir.
Amou e fugiu porque teve medo de perder.
Fugia  das crianças, porque tinha medo de nunca ser mãe.







Não tocou o seu peito, porque tinha medo de encontrar algo errado.

Um caroço de medo despontou no seu peito...
E então a menina que agora era mulher deixou de sentir MEDO de:
Ser Mulher
Amar e ser Amada
Estar Apaixonada
Sorrir
Viver
Correr
Brincar
SER FELIZ!



Mas não teve muito tempo…
E quando por fim a viagem terminou e ela se encontrava em algum lugar a reflectir no que tinha feito da sua vida verificou que por ter MEDO nunca foi feliz.

O desejo da menina era voltar a nascer para não sentir medo de viver.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A escova de dentes

Ela tinha já terminado a relação há muito...
Já tinha guardado o luto...
Mas as lembranças e os medos ainda estavam presentes (pensava ela que algum dia haviam de passar).

Uma nova relação surge, aos pouquinhos e com calma.
Sem compromissos nem promessas, estar simplesmente era a teoria dos dois. Não queriam assumir-se como sendo apenas um, apenas viver uma amizade um pouco diferente, porque afinal de contas havia feridas abertas.

Quando ela ia a casa dele, regressava sempre, sem nunca pernoitar nem se envolver nos seus lençóis, com a desculpa de que não tinha os seus objectos de higiene, (que afinal de contas fazia questão de não os levar), era uma boa desculpa para não ter que acordar ao seu lado, para depois não passar pela saudade de não o ter ao acordar quando um dia tudo terminasse.

Quando ele ia a casa dela, ela não deixava que ele ficasse, para depois não sentir a falta do cheiro dele na sua almofada.
Dizia ela que estava muito acostumada a dormir sozinha e que não gostava de partilhar a sua cama enorme, pior ainda acordar com o mau hálito e mau humor de outra pessoa.
Fingia-se desinteressada sem se querer comprometer, com medo de ficar comprometida e de vir a perder. Assim preferia nunca ter para não ter que sentir a ausência.

Depois de um dia fantástico, de um jantar romântico e um serão agradável ela preparava-se para sair dizer até um dia destes e regressar a casa, ele sentado no sofá disse-lhe:

“- Antes de ires podes ir à casa de banho, tem lá algo à tua espera. Se calhar hoje podes ficar!”

Ela sem querer acreditar foi ver o que a esperava, e no lavatório estava uma embalagem com uma escova de dentes cor-de-rosa à sua espera. Ele encostado na ombreira da porta sorriu, puxou-a para si e disse-lhe:

“- Vais ficar não vais?!”

Não era uma pergunta, não era um pedido, não era uma intimação era uma vontade.
Ela sabia que assim que colocasse a sua escova cor-de-rosa no copinho ao lado da escova de dentes dele azul estaria a assumir aquilo que tanto medo tinha.
E queria ela resistir?
Queria ela ir deitar-se na sua cama enorme vazia e fria?
Queria ela acordar com um maldito despertador ao invés de acordar com beijos doces?
Não resistiu e ficou… Nesse dia não foi só ela que partilhou a cama com ele. As escovas de dentes começaram a partilhar o mesmo copo.

Agora teria que escolher uma escova de dentes também para ele.
Uma escova à sua medida, da sua cor, do seu estilo. Ainda pensou não levar a escova de dentes para sua casa. Não fez promessa nenhuma, ele só levou porque quis.
Mas no fundo também ela queria que a sua escova de dentes não ficasse sozinha no seu copo.
E levou uma escova de dentes azul para o seu copinho.
E ele também ficou.

Como tudo o que começa termina, também esta história terminou.
As fotografias saíram, algumas lembranças também, as roupas foram devolvidas outras guardadas. Mas a escova de dentes continuou no copo.

Se na casa dela só vive uma pessoa porque é que na sua casa de banho continua a haver um copo com duas escovas de dentes uma cor-de-rosa e outra azul?